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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Devolvo a você.


Eu devolvo já... Eu devolvo tudo isso.

Eu devolvo a incerteza e a insegurança.

Eu devolvo a falta de fé e de destreza.

Eu devolvo a falta de confiança.

Eu devolvo a crença de inferioridade.

Eu devolvo o descrédito no amor.

Eu devolvo a você, meu primeiro namorado, o meu ‘amor de menina’, a sensação de que o amor é um susto constante... Que tem que ser sofrido com mil lágrimas de um coração adolescente e vivido em arroubos de trinta segundos de emoção boa. Devolvo os 07 anos que sofri, chorei e esperei. Devolvo inclusive a homenagem prestada, não me foi de grande valia.

Eu devolvo a você, meu segundo namorado, meu ‘amor de mulher’, que sempre terá um papel na minha vida, o sonho de constituir família, a sensação de inadequação, de ser alegre demais, forte demais, expansiva mais do que deveria, de precisar me moldar para ser amada. Devolvo toda a tradição, a qual não me encaixava. Devolvo também sua obediência descabida e seu arrependimento afinal, como você mesmo disse: ‘o que tá feito, tá feito’.

Já a você, meu terceiro namorado, eu devolvo a sua tentativa de acertar e lamento a minha preguiça de tentar; isso se devia ao coração recém ferido, você sabia bem disso. Devolvo sua pressa, precisava ir devagar. Devolvo antes que me esqueça, todas as suas quebradas de pescoço e olhadelas para os lados, sempre percebi mas, talvez mereci. 

A você meu quarto namorado, devolvo todo o cuidado e carinho que tive, o suporte que te dei quando precisou. Devolvo a punhalada nas costas com que me retribuiu na primeira oportunidade, devolvo não só a traição como a falta de consideração. Eu não tenho culpa de suas escolhas, na sua história e não tenho mais a ver com o seu futuro. Devolvo seu choro, sua angústia, seu desespero, seu pedido de perdão. Não aceito. Devolvido.

Eu devolvo a você, meu quinto ‘quase’ namorado, a sensação de estar em débito por não ter acumulado vil metal o suficiente para alcançar a sua conta bancária, devolvo o seu olhar de desprezo por todo o meu esforço para te agradar. Eu devolvo todas as reclamações a meu respeito. Eu devolvo tudo e não admito mais. Devolvo a você a futilidade do seu olhar, que apesar de me amar na essência e entre quatro paredes, me via pelos olhos alheios. Queria tanto acertar e a cada tentativa, ia me diminuindo... até ficar minúscula. Triste é que você deixou entrar mil mulheres entre nós, para um dia me destituir sem prévio aviso. Não adianta mais me procurar eternamente se o seu amor é menor do que o apreço pelo status e o materialismo. Fique só com eles, eu não caibo lá. Doeu muito até agora. Mas, vai parar de doer nesse momento porque estou te devolvendo. Eu não mereço pagar pelos erros do seu passado, que insiste em continuar cometendo e ao que parece fazem parte da sua vida.


E a você meu sexto ‘amor platônico’ namorado que,  me trouxe uma ansiedade tão grande com a sua irregularidade... Eu nunca sabia o que iria encontrar do outro lado da linha ou quando te visse... sempre aguardando por mensagens suas; foi o sonho mais irreal que tive. Maldita hora em que afirmou que me apaixonaria por você. Como é que estava tão certo disso? Lamento tanto não termos nos conhecidos antes... antes de você já ter uma história, poderíamos quem sabe, construir uma história só nossa. Hoje, você me vê linda e cheia de grandeza, apesar de não conseguir se unir a mim... O que nem sei se seria possível, se me ajustaria mas, eu adoraria! Difícil eu ainda não entender que tipo de amor foi esse... Devolvo essa dúvida a você. Será que há chances de viver esse sonho um dia?! Quem não queria?

Devolvo a dissimulação, a doença pela conquista, a fraqueza e a traição, a desconsideração, devolvo todos os momentos, inclusive a minha dedicação intensa no vazio. Devolvido. Tudo devolvido. Devolvido plenamente. Devolvido veementemente. Ponto final. Amém!

E agora, AGORA É A HORA, AGORA É AGORA, AGORA É JÁ!

Fico inteira, limpa, esperançosa, cheia de energia e alegria.

Agora sobra espaço pra todo o amor que eu tenho guardado, sobra espaço pra acreditar, sobra vida pra me entregar. Eu me dou esse presente e não o dou a ninguém. Mereço ser amada como sou, como estou e com todo o cuidado e apreço do mundo. Com carinho, ternura e desejo, tudo o que eu posso dar na mesma medida. Quero um amor que faça sorrir. Inteiramente. Sorrir!


(texto lido há muito tempo, enquadrado' e adaptado...)

Por Danie Viana.

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