Após meses sem escrever (explico tudo no próximo texto em breve, eu juro) venho
aqui hoje por um motivo especial: AGRADECER.
Agradeço por Deus ser tão bom comigo mesmo as vezes eu não sabendo ver/entender.
Vamos ao ocorrido:
Sábado após aquela faxina básica
(super prendada quando a empregada não vem) resolvi sair pra comer e fazer mais
algumas coisas que quem é dona-de-casa sabe; liguei pra um amigo e pedi que
viesse me buscar pois, após tudo iria na casa de uma amiga.
Antes de sair de casa resolvi levar só
R$10,00 na carteira pq, precisava passar no banco pra sacar uma graninha
(R$500,00) e depois iria também ao mercado; lá comi e comprei o que precisava
pro jantar que faria na casa da amiga. Ao sair do banco ainda reclamei com ele
que tinha sacado 10 notas de 10 reais que fizeram minha carteira ficar cheia.
Fiz o que tinha que fazer e meu amigo me deixou na minha amiga.
Subi, conversamos, rimos, fiz o jantar, bebemos vinho e jantamos.
Tudo muito bem, tudo muito bom... o jantar, o vinho e as conversas acabaram e
voltei pra casa já de madrugada. Ontem passei o dia deitada preguiçosa. Até que
outra amiga me manda uma mensagem convidando pra ir ao Centro e depois jantar, já
liguei pra ela dizendo que tava sem vontade e blábláblá... que precisava de coragem;
ao que ela me disse: - Pois eu te dou
coragem então, passo em meia hora te buscar. Ok, entendi! Corri pro banho e
me arrumei rapidão. Eis que lembro que precisava tirar o dinheiro da carteira
pq, não gosto de carregar valores à toa. Uso sempre o que acho que vou gastar e
o cartão de crédito se necessário for.
Mas, quando abro a bolsa... Cadê a carteira?
Cadê? Sumiu! O chão se abriu, minha pressão caiu, meu corpo formigou, as lágrimas
rolaram ligeiras... O que fazer? Pra onde ir? Onde procurar? Pra quem ligar? Eu
não sabia. Nada!
Não pelo dinheiro (Sou RYCAH) R$475,75 o troco dos R$510,00 que eu tinha... mas,
muito mais pelo incômodo em cancelar os cartões, refazer a documentação,
enfim... tava perdida. Sem mais!
Minha amiga chegou e desci
descompensada contando tudo, e a primeira idéia foi falar com o amigo e a
amiga do dia anterior pra saber se estava no carro dele ou, na casa dela. Ele já
em outra cidade, não achou no carro. Ela numa festa não tinha como ir pra casa
procurar mas, já disse que onde eu deixei a bolsa não tava. Fui então ao
mercado afinal eu tinha pago a compra, se perdi’ ou, me furtaram’ foi depois do
caixa. Lá também nada. E nem as câmeras de segurança eu pude ver porque era
domingo e o responsável não tava. Foi então que pensei: preciso fazer o B.O.,
e se usarem meus documentos pra sabe-se lá o que? Comprarem com meus cartões? Já
que o dinheiro jamais pensava em recuperar... Mas, que delegacia eu iria, num
domingo a noite? Mulheres nessas horas não sabem de onde vem e nem pra onde vão.
Detalhe que eu e as duas amigas fizemos Direito. Foi aí que decidi ligar pra
uma pessoa que gosto muito, confio e entende disso e só o fiz porque me garantiu que podia ligar
qualquer dia, qualquer hora, pra qualquer coisa... E olha que quem me conhece
sabe que não sou de ligar, eu ligo uma vez se a pessoa atende bem, se não ok...
pra eu ligar duas vezes tem que ser muito urgente. Pois, eu liguei cinco
(C-I-N-C-O) vezes, tamanho o meu desespero; e simplesmente não fui atendida. Como
não tinha pra onde correr literalmente, fui pra Delegacia de Polícia Civil
pronta pra pedir uma orientação. E ainda bem que era lá mesmo, fiz o B.O., o
policial até riu da minha cara (no bom sentido) pelo meu detalhismo extremo ao
contar que o dinheiro eram: - 8 notas de
R$50,00, 7 notas de R$10,00, 1 nota de R$2,00, 3 moedas de R$1,00 e a outra moeda
eu não lembro se é de R$0,50 ou R$0,25... haha (Da série: Depois que passa a gente ri)
Quando saí da Delegacia, o Centro já tinha acabado, a fome já tinha passado, o
sono nem deu as caras e passei a noite toda preocupada com o que meu pai tinha
dito sobre usarem meus documentos.
Hoje fui pro trabalho cedo e de lá fui
à Dentista, quando na sala de espera o telefone toca, número estranho; atendi
como sempre atendo qualquer número, ainda mais que podia ser alguma pista da
minha carteira, né?! Eis que escuto: -
Sra. Daniele? E eu: Sim.
Do outro lado: - Aqui é a Fulana do seu
plano de saúde, a senhora Beltrana ligou aqui dizendo que seu marido achou seus documentos e eles querem que a Sra. ligue pra eles, pra combinarem de lhe
devolver. Eu fiquei muda, paralisada, conseguia nem respirar... quando me
restabeleci só consegui dizer: - Achou
tudo? Onde encontro eles? E ela: -
Sim encontrou a carteira. O número é tal, liga pra ela que ela está ansiosa e
preocupada com a senhora. Eu liguei em seguida; assim que
Dona F. (Não vou identificá-la pois, não costumo fazer sem permissão) ouviu
minha voz disse: - Agradeça a Deus
menina, fique mais perto dele que ele é muito bom com você! (disse isso sem saber quem eu era)
Chorei, emocionei, agradeci. E no meu horário de almoço fui até a casa deles. Gente muito simples e humilde que mora num
bairro bem distante mas, que abriram as portas rapidamente e me ofereceram o
melhor sofá pra sentar. Chorei de novo. Pela bondade, pelo carinho, por nem me
conhecerem e terem feito o que fizeram sem esperar nada, nem agradecimento, nem
pagamento, nada. Me disseram que não queriam nada de mim, só saber que eu estaria tranqüila
de novo. Ofereci dinheiro, se ofenderam até, insisti que levassem pra igreja então, em meu nome. Aí sim, aceitaram e se comprometeram em fazê-lo. Me pediram
pra voltar, tomar um café ou, comer um ‘arroz com feijão’. Voltarei. Por
que o que fizeram por mim... NÃO TEM PREÇO!
O marido de Dona F. chamou minha atenção: -
Oh minha fia, como que vc anda com tudo nessa carteira, tantos cartões, essa
montoeira de dinheiro (sim, todos os R$475,75 – eram R$0,75, 1 moeda de R$0,50 e uma
de R$0,25 Sr. Policial – continuavam dentro da carteira) fotos e todos os seus
documentos e nenhum número de telefone ou, endereço pra gente te achar? Tava
indo trabalhar de bicicleta quando quase passei por cima dela e até assustei
quando abri e encontrei tudo isso.
Chorei de novo.
Saí de lá abanando e agradecendo as bênçãos todas que me desejaram, desejando o
dobro pra eles e fui direto ao plano de saúde e presenteei a moça que me ligou com os
mesmos chocolates que levei à Dona F. e seu marido. E o que ouvi? – Nossa, Dona Daniele, muito obrigada! É nessas
horas que a gente vê a diferença das pessoas, outro dia achamos uma carteira também
aqui em frente, ligamos, a pessoa veio, pegou, conferiu, virou as costas, saiu,
nem obrigado e nem tchau disse. E a Sra. me trouxe chocolates?!
Eu sorri em paz comigo e com Deus,
sabendo que faço parte das raras pessoas boas.
Hoje eu tive a maior prova que estava errada dia desses quando falei que a
ajuda não vinha de lugar nenhum, nem onde a gente mais esperava e nem de onde
menos esperava; a ajuda vem sim quando a gente não espera mas, merece. Por essas e por outras, tenho mais é que agradecer:
Obrigada meu Deus, por 'ainda' existirem pessoas de coração bom!
E ao sair do trabalho, vim pensando em como expressar isso que me aconteceu e to
sentindo, quando chego em casa e entro na net, vi um post de um amigo
querido que falava de anjos.
Curiosa que sou e ansiosa pra contar minha prova da existência deles, chamei-o
pra convesar, ele contou a historia dele e concluímos os dois agradecidos que, Felizmente
ANJOS habitam a Terra!
Por Dani Viana.